Último, juro

Não resisti e tive que vir falar da minha despedida da AIESEC também.

Quando eu ia ao escritório, desde que cheguei, sempre fiquei na minha, com vergonha de falar com o pessoal. Ao longo do tempo, uns viraram muito queridos – estavam sempre nos eventos da AIESEC – e com outros eu falava de longe (ou não falava).
Confesso que muitas vezes eu esperei demais da AIESEC, algum vínculo mais forte, sei lá. Quando você conhece muita gente ao mesmo tempo, você acaba não conhecendo ninguém…

Ontem me surpreendi! Que nem na festa que eu preparei, achei que iria uns 5 gatos pingados, mas não! De novo, muita gente! E várias pessoas, que às vezes só troquei algumas palavras, vieram falar algo bonito pra mim e me dar um super abraço. Gente pra quem eu achava que minha presença era indiferente. E daí que ontem eu me senti numa mesa de bar com amigos, mesmo! Me sentindo confortável, fazendo piada, conseguindo ser natural.

E aí me dei conta que aquele pessoal não era indiferente, eu realmente vou sentir falta deles. Da Axe e seu namorado, sempre muito agradáveis (até aqui eu sou a amiga que sai com o casal, meu Deus!), da Andreea e seu ótimo senso de humor (e dos filmes na casa dela), da Mihaela e da sua atenção comigo, de alguns meninos como o Ciprian e o Gabriel e até de olhar pro Andu, o mais sério e mais bonito (que nunca falou comigo e ontem resolveu me dar um super abraço e ser super brother).

Pessoas que eu convidaria fácil pra passar um tempo no Brasil na minha casa. Criei intimidade!
E eu achando que não tinha conseguido isso no intercambio…

Depois de tudo isso, posso ir pra minha viagem com o coração aliviado e bem satisfeito =)
Tchau!

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Despedida das crianças

Eu tinha que relatar com a memória ainda recente meu último dia com as crianças aqui.

Desde o meu primeiro contato com elas já me diziam que me amavam. Claro que eu fiquei altamente surpresa com essa recepção calorosíssima, mas depois lembrei que são crianças, que têm sentimentos mais leves e puros que adultos e sim, acredito que eles possam ter me amado durante mesmo.

O engraçado é que eu sinceramente fiz muita pouca coisa por eles, concretamente falando. Ensinei algumas palavras em português, algumas brincadeiras (que eles nem gostaram tanto), tentei ajudar alguma coisa no dever de matemática (claro que eu mais atrapalhei que ajudei),ensinei a dançar Carrapicho, ajudei no dever de inglês e em alguns serviços pequenos da professora. Várias vezes fiquei entediada e até dormi, porque o fato de não falar romeno muitas vezes me limitava. Tirando isso, recebi muitos abraços e beijos, de todos. Sempre quando eu chegava ou ia embora, eles vinham esmagar o meu estômago, às vezes por uns 5 minutos. Às vezes sentia saudade de casa, do Brasil, estava com raiva de não ter o controle da situação aqui (porque é inevitável quando vc é estrangeiro), chegava lá, recebia aquele amor todo e meu dia mudava. Eles que faziam algo por mim, não eu por eles. No fim das contas, eles fizeram-se a razão do meu intercâmbio, quando várias vezes me perguntei que diabos eu estava fazendo no norte da Romênia.

Qual foi minha surpresa quando cheguei ontem no centro e cada um deles me deu um cartão de Natal com as mensagens em português (pelo google tradutor, daqueeele jeito)!!! Lindos, lindos, lindos! :}

Hoje tentei fazer algo parecido, dei cartõezinhos, bombons e adesivos. Ao final de tudo, cada um me agradeceu e falou do que gostou da minha presença aqui. As respostas variaram: porque ensinei português, porque tentei falar em romeno com eles, porque tenho um bom coração, porque eu sou bonita (sério, com tanta romena bonita aqui, de onde eles tiraram isso??), porque eu canto bem (como assim???), porque eu ensinei eles a dançarem “bate forte o tambor” e porque os ajudei com o dever de casa. Aí me deram um abraço coletivo de esmagar o estômago e de perder o equilíbrio. Depois de todos irem embora, vi a Stefana chorando numa cadeira. Pensei que ela tivesse se machucado no abraço coletivo. E aí perguntei pra professora:

“O que aconteceu?

Prof: ela está chorando porque você vai embora e sabe que não vai voltar mais.

Eu: Sério????”

Não acreditei mesmo que ela realmente tinha se afeiçoado tanto. Eu gostei dela logo de cara, achei a mais esperta do grupo, a mais carinhosa e charmosinha. Ela também era muito inteligente, não só em matemática, mas é daquelas pessoas que pegam rápido as coisas. Confesso que ela virou uma das minhas favoritas, hehe.

Não podia desmentir, eu não pretendo voltar mesmo. Falei-lhe a verdade – que ela era muito especial pra mim, que nunca a esqueceria, que eu iria mandar fotos e que ela também poderia me mandar notícias. A professora comentou que ela sempre reage assim em despedidas, e eu a compreendi imediatamente, eu também não tenho a melhor reação quando as pessoas vão embora…Mas é a vida, não é mesmo?

O melhor vem a seguir. 

Percebi que sua mãe, sempre participativa, também estava chorando. E ela me disse que também gostava de mim porque a Stefana falava de mim em casa frequentemente, e que quando eu a abraçava e beijava, o fazia que nem uma mãe.

Aí eu desmontei. Acho que foi um dos elogios mais lindos que eu já ouvi. Como em uma realidade tão fria e pobre ela conseguiu achar tanta poesia?

E era verdade. Eu os abraçava com muito carinho e cuidado simplesmente porque eles me abriram o portal pra eu poder receber o carinho deles também, que era sempre tão puro e tão gostoso de receber! E eu queria retribuir como se fossem meus filhos mesmo, porque eu sei que todos eles necessitam de carinho. Afinal, qual o conceito de família, né?

É…vou sentir falta do meu estômago esmagado =(

 

 

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Mais sobre os costumes romenos

Eu não sei se falei da comida por aqui…

Bem, eu acho engraçado que os romenos gostam de um bom tempero, mais que os brasileiros! Eles entopem a comida de sal e pimenta, o que foi surpresa pra mim, já que sempre ouvi que europeu quase não come sal. Eles também pegam pimenta de cheiro e vão comendo ela crua junto com a comida. Tudo bem, brasileiro também faz isso, mas a diferença é que a pimenta daqui é bem mais forte! Morri quando fui fazer isso…
Eles comem pão em todas as refeições, eu definitivamente não sei como são magros! E os que são gordos são muito gordos, não existem variações aqui, é engraçado…
É comum comerem ovo e patê de porco no café da manhã… pesado, né?
Das comidas, eu experimentei sarmale (folha de repolho recheada com uma carne especial), mamaliga (polenta com queijo e ovo), uma panqueca muito da sem graça e a sopa de feijões brancos. Gostei do sarmale, mas a mamaliga é a melhor! Adorei!
Eu criei antipatia pelos doces, além de não usarem creme de leite e leite condensado, põe essência de baunilha e rum exageradamente e lotam de chantilly, o que torna os doces artificiais, com aquele gosto de que tava na padaria há 10 dias… Gostei não.

Aqui eles realmente celebram os funerais! É um grande evento aqui, tem comida especial e todo ano eles celebram a morte de alguém. Nu inteleg.
No natal, as crianças batem às portas pedindo doces (que nem no halloween americano) e põe doces nas árvores de natal. A decoração nas ruas é feita por velas.
Na páscoa, eles trocam ovos de galinha mesmo, falam alguma coisa (tipo: “que Cristo ressuscite”, sei lá) e quebram os ovos.
No dia dos namorados, os homens põe um adorno vermelho na roupa das namoradas.

Fim de semana fui a um show de rock, que aqui é pesado mesmo, não tem indie ou alternativo. Fui geralmente pro beco, o nome do pub era Underground, haha. Provei uma cerveja sabor limão e adorei! Parece que aqui isso é bebida de mulherzinha, hehe. Mas o barulho tava de mais pra minha cabeça e eu vim dormir (experiências têm limites!)

Esqueci de falar a real melhor comida daqui: Petru!!!
É uma lanchonete super tradicional, que serve pretzel (eles chamam de covrigi) de gergelim, semente de girassol (eles comem muito aqui), mel, chocolate, etc e etc, além do melhor enroladinho de queijo e presunto que já comi na vida! E o melhor: custa de 1 a 3 leus! Muito barato, eu amei. Confesso que sentirei falta disso.

Essa sexta irei para o meu mochilão Budapeste-Bratislava-Viena-Praga-Bucareste e volto pra Iasi pra voltar pro Brasil (ufa!). Não sei se escreverei mais aqui. Então, até Brasília!

(Petru, a lanchonete)

(o Pub)

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Rotina

Já to aqui há 5 semanas a vida aqui já virou rotina, por isso não postei mais…

Mas algumas coisas legais aconteceram e precisam ser compartilhadas =)
Fim de semana passado fiz uma festa brasileira para o pessoal da AIESEC. Achei que só eu, a dona do apt e o namorado estariam nela, mas acabou que apareceu umas 40 pessoas.
Fiz caipiroska e cartola (uma sobremesa nordestina com banana, canela, queijo e açúcar). Eles se amarraram! Achei ótimo, porque procurei muito aqui leite condensado (que é a base da maioria dos nossos doces) e polvilho pra fazer pão de queijo, mas nada. Tentei pôr música brasileira, mas eles não pareciam interessados (infelizmente). Quando deu 2h da manhã, eu percebi que eles queriam fazer farra entre si e eu resolvi que era hora de ir embora (eu amo poder andar de madrugada aqui em Iasi sem nenhum medo, realmente é uma cidade segura).
Fora isso, assisti a um filme no cinema mesmo aqui (tá acontecendo uma mostra). Adorei o fato do filme ser inglês, me senti super incluída, haha. O nome é “Firebird”, e é sobre um dançarino que vai à Bucareste montar um espetáculo de dança-teatro com crianças orfãs (com a música Firebird, de Stravinsky, claro). É um documentário, eles relatam como essa experiência foi enriquecedora, principalmente para a educação das crianças. Achei coincidência demais eu ir ver esse filme pra ser só coincidência, afinal falava de trabalho voluntário, crianças, Romênia e dança! Sei lá, algum dos sinais que essa viagem tá me dando pra vida….
O filme é lindo, cheio de citações lindas sobre a dança que me fazem repensar um milhão de vezes…

Ontem tb fui ver filme, mas dessa vez foi Madagascar 3 na casa de uma menina da AIESEC mesmo. Antes fomos tomar um café e eu já me sinto brother dela, haha. Ela falou dos perrengues no intercâmbio dela pra Lituânia, os -25º que ela pegou e etc, ficar mudando de casa toda hora e eu vi como sou sortuda. Meu quarto é ótimo, a comida, as pessoas, eu tenho uma ótima trainee buddy e a AIESEC daqui é bem organizada. Sem falar nas crianças, que são muito, muito doces. Apesar das fases ruins da vida e de qualquer intercâmbio, essa experiência tem superado as minhas expectativas. Foi bem gratificante mesmo. Tenho sorte de estar aqui e agora, com uma família que me proporcionou isso me ancorando de longe e sabendo que eu gosto dos meus amigos o suficiente pra sentir falta deles todos os dias e lembrar deles em vários momentos do dia. E comprovar que eu sou muito sortuda de ter a minha mãe, meu maior amor do mundo. Já falei isso quando voltei de Paris e agora tenho a oportunidade de falar de novo que eu já posso morrer, porque tive as melhores experiências na vida.

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Desabafo

Eu descobri que sou mais patriota do que imaginava.

Não só pelo clima, frutas, sucos e comida boa do Brasil, mas por um bandicoisa. Por mais que eu reclame frequentemente de como as pessoas de Brasília são fechadas, aqui a coisa parece pior. Não sei se é porque o frio tá chegando, mas os romenos me parecem mais fechados, sérios e mal-humorados.

Sério, o Brasil tem muita música boa! Aqui as músicas são todas que nem aquelas da maquininha de dançar do hotzone, muito ruim. Até as músicas mais zoadas, tipo Michel Teló, pelo menos são “ouvíveis”. As músicas daqui não, eu quero tampar os ouvidos.

Eles são sujos, sim. Tudo bem, a cidade toda está em reforma, mas mesmo assim. Não sei se é esse tanto de tapete e carpete, mas não vejo limparem as coisas! E tudo é meio amontoado, tem cheiro de cigarro, o lixo fica muito tempo acomulado, até os cabelos são sujos. Eu sei, eu sou meio chata, mas é verdade. E quando entro no ônibus, sempre vem aquele cheiro delícia. Tudo bem, existe muita pobreza aqui, mas mesmo assim, aqui é frio!! Não deveria estar fedendo =(

Os ônibus daqui também não são lá essas coisas. Todos são adaptados pra necessidades especiais, ótimo, mas porque no resto do ônibus não tem bancos e fica todo mundo em pé, empurrando os outros? Que saco. E o sistema é muito fácil de burlar, porque não tem um cobrador, só uma maquininha pra carimbar o bilhete de ônibus. Claro que se o cobrador subir no ônibus e seu bilhete não tiver carimbado vc paga uma super multa, mas faz um mês que estou aqui e só vi o cobrador uma vez.

E de que adianta esses homens bonitos se todos são mais grossos que o Ronaldinho (péssima piada)?

Também parei de correr porque tá muito frio e minha motivação para isso é zero.

Não sei se é porque tô com saudades, se o choque cultural tá mais evidente, ou é porque eu tô muito fora da zona de conforto, mas que saco. Quero samba, forró, pão de queijo, suco de maracujá, tapioca, açaí e respirar um ar sem cheiro de cigarro.

Só ainda tô aqui por causa do meu belo mochilão que ainda vou fazer pra Budapeste, Bratislava, Praga, Viena e Bucareste. 

Beijos

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Machismo

No último sábado, encontrei a minha amiga do ônibus. Tomei um frappé sensacional e conheci mais dois amigos dela.

Achei engraçado como ela realmente gosta de novela! Não só ela, mas vários deles. O sonho da Adina é ir pro México por causa da Maria do Bairro e da Usurpadora, e não é brincadeira!Hahahaha.
Eles ficaram impressionados pelo fato de eu ter vindo sozinha. É uma coisa que seus pais nunca deixariam, ainda mais por ser mulher.
Apesar de europeia, Romênia ainda é um país conservador, machista e religioso. Cada vez que a Adina e sua amiga Diana me falavam que era normal os homens traírem e baterem nas mulheres, eu tinha vontade de gritar com toda a minha força. Todo mundo aqui só sai de casa se for pra casar, e os casamentos devem durar pra sempre, divórcio não existe. Pelo menos na igreja ortodoxa daqui. Até agora também não vi uma mulher mais velha bem cuidada, todas se tornam bem velhinhas cedo.

Eu intitulei o post de Machismo porque o fato da violência à mulher aqui ser normal não me desce à goela! Vou sugerir à AIESEC que promovam projetos de gênero, sério!

Domingo assisti a um filme romeno sensacional!
Aqui vai o trailer:

Eu não sei ainda definir Iasi. Tem muitos jovens por ser uma cidade universitária (me apaixono toda vez que vou pra rua, quanta beleza!), mas ao mesmo tempo é conservadora. Tem um shopping super chique, estilo Iguatemi, BMWs e afins na rua, mas é cheia de moradores de rua (ou ciganos) pedindo esmola. Pertence à União Européia, mas parecem que ainda vivem nos anos 80, claramente perceptível pelos cabelos e as roupas muito bregas.
Iasi está em reforma, e parece que assim permanecerá por três anos. Talvez em 2015 um turista poderá defini-la melhor que eu.

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Concerto Bizantino

Hoje é feriado para os católicos aqui. Logo, não trabalhei e guess what? Fiz mais compras e dormi!

Mas meu dia não foi só futilidade! Hoje a Axe me chamou pra ver um concerto na Ópera de Iasi. Na verdade, fui com um amigo dela professor de música e super empolgado em me explicar os detalhes (inutilmente, já que eu não entendo) daquele tipo de concerto.

Achei que eu estava participando de “O Clone”. Vários formandos em Teologia se posicionaram em meio-círculo quando as luzes se apagaram, e o maestro no meio. Enquanto um grupo fazia a voz de fundo (pra mim aquilo era o “om” da meditação), outro cantava a música que era uma mistura de canção árabe com mantra. E o engraçado é que faz parte de um ritual ortodoxo. 

Durou mais ou menos uma hora, e apesar de ser repetitivo, foi bom! Trouxe uma certa paz, uma sensação de que eu estava num centro espírita…Bem, é o contato com o divino de qualquer forma, né?

O teatro estava lotado! Acho curioso como os homens daqui parecem ser mais religiosos do que no Brasil. Eles estão tão presentes na igreja quanto às mulheres e praticam mesmo a religião. Bem, Romênia é mesmo um país religioso – tem Teologia nas Universidades. Todos os padres daqui da Caritas ou dão aula em universidades ou em escolas.Taí uma coisa que eu não esperava da Romênia

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As pessoas de Iasi

Eu tinha que fazer um posto só sobre as pessoas que tenho encontrado.

Começando pela aeromoça, que foi a mais simpática de todos os aviões que peguei pra chegar até aqui. Simpática e linda, como todos os romenos e romenas. Depois veio a Mihaela (ou Miha) que tem sido super disponível pra mim desde o contato com ela em Brasília. Inclusive, essa simpatia dela foi um dos motivos para eu escolher Iasi. Depois o pessoal que foi me pegar no aeroporto, inclusive minha trainee buddy, a Alexandra (ou Axe). Todos carregando as minhas malas, pagando comida e cerveja pra mim assim que cheguei. A Axe tem sido um amor! Por mais que eles queiram, os AIESECERs são super ocupados e não têm tempo para me dar suporte. A Axe me mostrou a cidade, me ajudou a tirar dinheiro, a ter um celular aqui, me acompanha nos eventos da AIESEC e de vez em quando me manda mensagem perguntando como eu estou. Semana passada, ela me chamou pra tomar um café (quando eles chamam pra um café, na verdade é pra uma cerveja), me explicou tudo sobre os trens daqui, me levou até a estação e lá dentro me explicou tudo sobre os itinerários. O namorado dela falou que me faria inclusive um mapa da Romênia com as cidades pra eu entender!! ❤

Aqui na Caritas, nem se fala. A Oana (responsável por intercambistas) me deixou descansar uns dois dias depois que eu cheguei pra então me explicar todo o trabalho. Me apresentou pra todo mundo, me deu toda a assistência. Os padres tb se esforçam pra falar inglês ou português e são super brincalhões. Sempre insistem em me servem alguma comida. A freira me disse pra eu tentar me sentir em casa, e as meninas do abrigo são muito disponíveis.

Tirando a AIESEC, minhas andanças por aí têm me garantido muitos encontros bons. Primeiro foi em uma loja de roupa qualquer – em que eu sempre entrava, olhava o que tinha, e quando a vendedora me dizia alguma coisa em romeno, eu sorria, concordava e saía. Nessa loja, eu tive a mesma reação. Porém, quando ela percebeu que eu não falava romeno, começou a falar inglês comigo e batemos um longo papo. Ela saiu da loja e foi me mostrar os lugares onde eu podia comprar botas pra neve. No mesmo dia, eu me aventurei a pegar um ônibus à noite voltando do shopping e vindo pra Caritas. Claro que eu peguei o ônibus certo, mas no sentido errado. Quando eu percebi isso, resolvi pedir informações pra um romeno que se esforçou muito em falar inglês, mas não conseguia. Ele desceu em uma estação comigo e foi até a outra me mostrar qual o sentido que eu devia pegar o ônibus. Esperou um tempão comigo, mesmo eu dizendo que não precisava. Duas meninas resolveram passar e ele explicou minha situação pra elas. Ele então foi embora e as meninas foram super simpáticas tb: pegaram um ônibus comigo, desceram, chamaram um taxi, explicaram o endereço pro taxista e ainda me perguntaram se eu tinha dinheiro. Duas atrizes, pelo jeito doidinho de ser. Quando peguei o trem pra Suceava, encontrei uma senhora muito figura, trazia um bando de sacolas consigo, além de umas plantinhas. Falava com todo mundo, e assim como os outros romenos, se esforçou pra falar inglês. Trocamos contato, ensinei algumas palavras em português e ela me ensinou qual a parada que eu deveria descer (assim como o policial da estação de Iasi me levou até o trem que eu deveria pegar).  Em Suceava, a garçonete, o taxista, a moça do museu, todos puxando conversa e simpáticos.

Hoje tive mais um dia assim. Descobri que tem uma Decathlon aqui e decidi que iria lá hoje. Perguntei pra moça da floricultura como chegar lá, e ela me escreveu o ônibus no papel. Uma moça, percebendo a minha dúvida, não só me falou quais os dois ônibus que eu deveria pegar, como foi comigo e ainda pagou a minha passagem!!  Na volta, a caixa da loja tb me ensinou como voltar pra cidade, mas depois eu não sabia que ônibus pegar pra ir pra Don Bosco. Um velhinho que tentava conversar comigo, chamou duas meninas que falavam inglês e elas, assim como a outra moça, desceram na estação e me levaram até a outra onde eu deveria pegar o outro ônibus. Trocamos telefone e combinamos de nos encontrar.

Eu sei que fica maçante ler todos esses detalhes, mas eu ainda to muito surpresa com tantos seres bons em um lugar só. Eu queria relembrar todas as situações pra acreditar que é realmente verdade. Me disseram que eu tive sorte… talvez. Talvez foram as rezas da minha mãe ou os tratamentos espíritas. Talvez coincidência. Mas eu gosto de acreditar na lei da ação e reação e de que nada é por acaso. E que você atrai aquilo que transmite. Afinal, em todas as situações, meu sorriso estava sempre presente, além da tentativa de falar romeno e da gratidão nos vários “multusmescs” que eu falava. 

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Melhor dia

até agora, o de hoje.

Hoje finalmente comecei o meu trabalho: conversei com a voluntária que faz a preparação dos novos voluntários e lá veio ela falar de cooperação e competição! Todas as minhas reuniões de Pibic com a Ângela vieram à tona! Do outro lado do mundo estão falando da mesma coisa! Achei isso demais =D. Claro que eu sugeri que os novos voluntários vissem “Entre os Muros da Escola” e ouvissem um pouco sobre as raízes motivacionais da cooperação. Amei a Ângela nesse momento!

Depois fui para a Don Bosco, tipo um lugar de reforço para crianças que não têm recursos financeiros para estar em uma boa escola (de novo, parece que estou no Brasil…até essa situação é igual a do Brasil). Claro que, depois de me apresentar, as crianças me fizeram várias perguntas, algumas bem aleatórias do tipo “Qual o lado do volante do carro no Brasil?”. Também falaram que eu era muito bonita (ai, a bondade infantil!), e meia hora depois recebi abraços de algumas crianças dizendo que me amavam! Crianças e sua facilidade de amar tão rapidamente ❤ Achei que eles aprenderam os fonemas do Português muito rápido (pelo menos muito mais rápido do que eu tentei aprender os números romenos hoje). Depois de eu tentar ensinar alguma coisa de Português, fomos para a segunda e última parte do reforço, em que eles fazem o dever de casa e os voluntários de lá os ajudam. Também tentei ajudar   (acho que mais atrapalhei do que ajudei, já que o dever era de matemática), ficando mais com uma menininha com muita dificuldade. Eles estão aprendendo a multiplicar, mas ela ainda nem sabia somar. É nítido que ela tem algum problema cognitivo, talvez até alguma Síndrome, mas os pais se recusam a deixá-la fazer algum teste diagnóstico. Mesmo assim, ela passa de ano que nem os demais, o que mostra a má qualidade da escola romena…
Mais do que qualquer outra pessoa, foram as crianças que mais me fizeram sentir em casa nessa Romênia fria!

ImagemImagem

 

Esse é o presente que ganhei de uma das xuxus que falaram que me amavam =)

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Errata

Por Paula Macedo:

“Na verdade, pra religião católica, a hóstia é uma forma de comunhão (estar ligado a Deus), porque quem comunga acredita que a hóstia é, de fato, o corpo de cristo. ;p”

Valeu, Paulis, sou péssima em catolicismo

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